Dores na coluna atingem mais jovens e lideram afastamentos do trabalho, alerta neurocirurgião Marco Moscatelli

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), oito em cada dez pessoas terão dor na coluna ao longo da vida. Para Moscatelli, a lombalgia, principal sintoma associado a esses afastamentos, é um sinal de alerta.

Dores na coluna atingem mais jovens e lideram afastamentos do trabalho, alerta neurocirurgião Marco Moscatelli

As dores na coluna e a hérnia de disco estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil e têm atingido cada vez mais pessoas jovens. O alerta é do neurocirurgião e cirurgião de coluna Marco Moscatelli, paulista radicado em Natal, que chama atenção para a gravidade do problema. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2024 foram concedidos mais de 3,5 milhões de benefícios por incapacidade temporária. Apenas os problemas relacionados à coluna representaram 205,1 mil afastamentos, seguidos pela hérnia de disco, com 172,4 mil registros.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), oito em cada dez pessoas terão dor na coluna ao longo da vida. Para Moscatelli, a lombalgia, principal sintoma associado a esses afastamentos, é um sinal de alerta.

“A lombalgia não é uma doença, mas um sintoma de diferentes problemas da coluna, como contraturas musculares, lesões ligamentares, instabilidade articular e a hérnia de disco”, explica.

Segundo o especialista, a faixa etária mais afetada atualmente está entre 25 e 45 anos. Entre os fatores de risco, estão sedentarismo, sobrepeso, postura incorreta e treinos sem acompanhamento adequado. Apesar disso, cerca de 80% a 90% dos pacientes apresentam melhora com tratamento conservador, que inclui repouso, medicação, fisioterapia, alongamentos e fortalecimento muscular.

Nos casos em que não há evolução, há alternativas minimamente invasivas, como infiltrações, bloqueios, rizotomias e dissectomias percutâneas.

Avanços tecnológicos

Um dos principais progressos é a cirurgia endoscópica da coluna, técnica considerada menos invasiva e mais segura que os métodos tradicionais. O procedimento permite descompressões e retirada de hérnias de disco em diferentes regiões por meio de uma incisão de apenas 7mm.

Entre os benefícios estão menor risco de infecção, baixa chance de recidiva, menos dor no pós-operatório e retorno mais rápido às atividades.“A ideia de que ‘quem opera a coluna não fica bem’ não se sustenta mais. Hoje temos recursos modernos e resultados muito eficazes”, conclui Moscatelli.